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A luzinha acendeu
a porta se abriu
eu entrei.
Mil olhos
me olhavam
mil gentes
acotovelavam-se
junto a mim,
dentro do elevador.
O medo
estampado
em meu rosto
no fundo
dos meus olhos,
a debilidade física
a ressaca moral
o calor
da segunda-feira.
Eu temia
eu tremia,
o medo
que ali ruisse
a fortaleza
do meu eu,
o medo
que ali cessasse
o prazer
de ser forte.
Interiormente
a vida é uma balela
a estrutura física
é frágil
a mente
é débil.
Mesmo assim
tudo vai subindo,
de repente
pára,
a porta se abre
e eu saio.
Chl
Ago/1979