sábado, julho 16, 2005

O NÁUFRAGO


Como um tronco inerte,
desce pelas águas
do rio caudaloso
batendo nas margens,
procurando galhos e arbustos
para se segurar,
procurando chão e terra
para se firmar.
Aos trancos e barrancos
vai o tronco
pelas águas turvas,
batendo nas margens
procurando uma praia
para se fixar
querendo a relva
para se fincar.
A vida,
este rio de águas serenas,
de margens de desespero
de galhos de ilusões
e arbustos de mentiras,
está na relva do prazer.
A busca
do se encontrar
a ânsia de se firmar
a vontade de algo ser
para poder se afirmar.
Pelo rio caudaloso
da vida
vão as águas serenas
da busca
batendo nas margens
do se encontrar,
levam com a esperança
de encalhar,
o náufrago.
Chl
Jun/1979

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