domingo, novembro 20, 2011

BUSCANDO SONHO

De vez em quando
em algum momento
se for alegria
ou um desalento
sempre aparece
com o pensamento.

Em cada dia
que a vida alcança
seja dureza
ou seja bonança
aparece a música
e traz a lembrança.

Vivendo a vida
como melodia
tratando a rotina
com muita alegria
derrama a alma
como poesia.

Neste mundo cruel
as vezes medonho
as energias perdidas
eu sempre reponho
como o poeta
procurando um sonho.

Chl
Nov/2011

terça-feira, novembro 15, 2011

PRIMEIRO VOO

Do seu ninho
no abacateiro
vislumbra no horizonte
 seu voo primeiro
no pé de graviola
chegou ligeiro
cheio de penas
todo fagueiro
faz finca pé
e vai certeiro
do seu destino
é o timoneiro.

Chl
Nov/2011

domingo, novembro 13, 2011

CAMPANHA EM GOIANINHA





Aconteceu em Goianinha, região agreste do Rio Grande do Norte, uma disputa pela prefeitura local onde os candidatos eram: Babá e Dr. Porpino.

Estavam na moda, as famosas passeatas, modalidade de fazer campanha muito utilizada por Aluízio Alves em em sua memorável jornada política; certa vez, fez o povo caminhar de Natal até Macaíba para assistir um dos seu comícios.

O Dr.Porpino adorava fazer passeatas em Goianinha e participava andando a pé, ao lado do povo; de vez em quando desaparecia com alguma eleitora no meio do canavial e só reaparecia no palanque na hora do discurso.

A sua campanha, criou um hino meio extravagante, para atacar o adversário Babá. O hino era assim:
"O doutor quem vai ganhar
taqui pra Babá"
  E o povo estirava o dedo.


Terminada a apuração, quem ganhou foi Babá.

O troco chegou logo em forma de hino de vitória:
"E Babá foi quem ganhou
taqui pro Doutor...."




Chl
Nov 2011

sábado, novembro 05, 2011

VAI


Vai
mas leva pouco
vai o corpo
fica a alma
vai a cabeça
fica o pensamento
vai o momento
fica a lembrança
vai a dúvida
fica a certeza
vai a rotina
fica o amor.

Chl
Nov/2011

sábado, outubro 22, 2011

CONCRETO



Natal
em estado avançado
de Alzheimer total....
esclerose múltipla
demência gradativa
parkinson
nos poderes
leseira
cleptomania
o que há
de concreto
está
(des)armado
no chão...


Chl
Out/2011

PASSADO,PRESENTE,FUTURO.

Não devo pensar
o que poderia
ter feito
o que deveria
fazer.

Devo concentrar
no que posso
fazer
no que devo
fazer.

E esperar
o que poderei
fazer
e que deverei
fazer.

Vivi
vivo
viverei.


Chl
Out/2011

BEIJA-FLOR

Pelos ruivos
perfilados
como pendões
de trigo maduro
sobre a tez alva
carimbada
com a estrela azul
bamboleia com desejo
ao sabor do pensamento
umedece com prazer
as boas vindas.
O acompanhante
do lendário cavaleiro
solitário e errante
Sancho
beija a Flor.


Chl
Out/2011

quinta-feira, outubro 13, 2011

FILME NO RIO GRANDE


Era 1959, havíamos chegado de Santa Cruz para morar em Natal.Eu faria dez anos em Maio e Lourencinho nove, em Junho.
Seu Lourenço, meu pai, que era gerente da usina algodoeira de Nóbrega&Dantas em Santa Cruz, assumiu a diretoria financeira do grupo em Natal e trouxe a família para morar na cidade.
Nossa casa era na rua Campos Sales, esquina com Monsenhor Severiano, em Petrópolis.
Estudávamos os três irmãos, Jair, eu e Lourencinho, no internato Maria Auxiliadora, na Rua Apodi, a proprietária era Dona Isaura Arcoverde.
Meu grande sonho era ir ao cinema, pois o único filme que havia assistido no cinema foi em Santa Cruz e uma fita da péssima qualidade.
No primeiro domingo que passamos em Natal eu convidei Lourencinho para irmos ao cinema Rio Grande, que era na rua Açu, relativamente próximo de nossa casa.
Como íamos estudar em colégio novo, com farda diferente, Dona Marinete, minha mãe, comprou sapatos novos para acompanhar a farda nova.
O meu sapato era um Vulcabrás, com um número maior do que o meu, porque Mamãe dizia que, como estávamos crescendo o sapato serviria para o ano seguinte. Acontece, que para poder usar, era preciso colocar um tufo de algodão para encaixar o pé com firmeza.
Na primeira semana com sapato novo e um tufo de algodão, o resultado foi um par de calos nos calcanhares.
Mesmo assim, coloquei uma calça Faroeste(jeans) encarei o sapato novo, mesmo com os calos, chamei Lourencinho e rumamos para o Rio Grande, meio dia em ponto, com o sol de rachar.
Saímos pela Campos Sales até a Açu, viramos à direita, que era uma reta só, até o cinema;tudo isso pra não correr o risco de se perder.
Confesso que cheguei a duras penas, com o sol na cabeça e os calos nos pés, na calçada do Rio Grande.
Manoel Mantura era um baixinho, quase anão, confeiteiro que tinha uma banquinha na porta do cinema.Perguntamos que horas abria a bilheteria que estava fechada, ele respondeu:
-Só abre lá pras duas da tarde.
Ficamos sentados na sombra da marquise, apreciando um pequeno movimento de pessoas na Deodoro, no jornal A Ordem, da Diocese, na Praça Pio X e alguns frequentadores do Centro Cearense, na esquina da João Pessoa.
Não sabíamos sequer o nome do filme que passava naquele dia, eu queria era ver qualquer um.
O filme não devia ser muito bom, porque as duas horas em ponto abriu a bilheteria, para o filme das três horas, e não tinha ninguém pra comprar o ingresso.
Eu me aproximei da bilheteria e falei para uma senhora de meia idade, que vendia os ingressos:
-Dona, eu quero dois ingressos, quanto é ?
Ela levantou-se de um banquinho, colocou a cabeça bem próximo da entrada da bilheteria, olhou para mim e disse, meio ríspida:
-O filme é dezoito anos, né pra menino não.
Olhei desolado pra Lourencinho, que não entendeu nada e seguimos de volta pra casa, com sol na cabeça e calos nos pés.
Chl
Out/2011


quinta-feira, agosto 25, 2011

MENSAGEM

Chuva caindo
fim de inverno
prenúncio de primavera.

Semente adormecida
eclode com água
sentimentos guardados
eclodem com gestos
palavras de saudade
frases de amor.

Mensagens da alma
recados do coração
carência do corpo
desígnios do destino
desejo de paz.

Chl
Ago 2011

quinta-feira, agosto 04, 2011

PORTO SEGURO

Ancorar
neste momento 
da vida
num porto seguro
solução.

Inverter bússolas
destino
seguir ventos
favoráveis
conveniente
estável.

Esquecer sonhos
mares agitados
de paixões
ondas gigantes
de prazer
paisagens inesquecíveis
de amor.

Seguir em frente
protegendo
a prole
pela razão
levando a alma
lembranças
ficam pra trás
o coração
oscilando
nas ondas
do mar.

Chl
Ago/2011

quarta-feira, agosto 03, 2011

POEMA

O poema
vem da fonte
de inspiração
que muda
ao sabor do tempo.

Saudade
desenha
paixão
estimula
amor
concretiza.

A cabeça
o equilíbrio
a alma
o fundamento
o coração
há! o coração
a razão
de tudo.

Chl
Ago/2011

domingo, julho 31, 2011

ABSTRATO

Vai
se tens que ir
o ego
venceu
sentimento corrompido
abstrato
existindo
possessividade
conveniência.

Vida 
paralela
platonismo
falso
realidade
prevalecente
diversa.

Deserto
inabitável
pingos d'água
momentâneos
verdade
ressecada.

Chl
Jul/2011